Ele não está mais aqui!
Nenhum dos cinco antidepressivos que tomei hoje fez efeito. Sinto meu peito doer como se estivesse sendo apertado até tudo dentro ser esmagado. Juro que posso sentir a hemorragia e juro que o sangue acabará saindo com minhas lágrimas. Lágrimas estas do choro mais convulsivo que já chorei na vida. Minha mãe aparece e pergunta se pode fazer algo para me ajudar, mas não pode. Ninguém pode me ajudar. Mesmo assim ela me não me deixa sozinha. Apesar de não ter mais idade, não consigo ser a adulta que deveria. Neste momento humilhante não sou nada mais que uma criança com o coração partido, chorando na cama. Uma criança que foi usada e rejeitada por dias, e dias. E cada um desses dias quebraram um pedaço de mim, deixando como resto uma dor lancinante que me manterá acordada toda noite pelos próximos meses. Não consigo fazer o ar chegar até meus pulmões. Quero gritar, mas minha voz não sai. Só sei continuar a chorar. Meu pai entra no quarto e me toma nos braços na tentativa de me acalmar. Ele diz "Calma… Você é forte, tem de dominar isso… Eu estou aqui, tá?" Uma coisa eu quero dizer, mas minha tristeza não permite. Entre os soluços, eu digo apenas mentalmente "Mas ele não está mais, pai! Ele não está!"
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